Início da década de 20: O Rio de Janeiro começava a tomar contato com o samba depois que "Pelo Telefone", de Sinhô, Mauro de Oliveira de Almeira e Donga, foi gravado em 1917 e fez sucesso. Mas as rodas de samba eram vistas pela polícia mais como uma reunião criminosa, "vagabundagem" que uma manifestação cultural. Nos morros do centro da cidade, especialmente no bairro do Estácio, o samba começava a tomar a forma que o tornaria conhecido em todo o país, distanciando-se cada vez mais de outros ritmos como o maxixe ou a marcha.
Abril de 1923: É fundado no dia 11
Agosto de 1928: No dia 12, foi fundado por Ismael Silva e Bide entre outros, o bloco Deixa Falar, no Largo do Estácio. O local de encontro dos fundadores ficava perto da Escola Normal. Esta coincidência geográfica é considerada a razão pela qualnasceu o termo "escola de samba". Se na escola normal formavam-se professores, os criadores do Deixa Falar difundiram o samba por vários bairros. O bloco se entitulava escola de samba mas nunca chegou a ser uma, de fato. O termo não chegou a ser utilizado embora todos reconheçam que esta foi a primeira.
Abril de 1929: No dia 28, um grupo que incluía figuras como Cartola e Carlos Cachaça transformava o Bloco dos Arengueiros
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Dezembro de 1931: No dia 31, foi fundada a Unidos da Tijuca.
Fevereiro de 1932: O jornal "Mundo Sportivo", dirigido pelo jornalista Mário Filho (que hoje empresta o nome ao Estádio do Maracanã), resolve organizar o primeiro torneio de escolas de samba. Como os corsos passavam no domingo, os ranchos na segunda e as grandes sociedades na terça, não havia local para as escolas na Avenida Rio Branco, local oficial dos desfiles de carnaval. Adotou-se como local a Praça 11 de Junho.
7 de fevereiro de 1932: Acontecia o primeiro desfile, na Praca Onze, que lotou o local para assistir a apresentação de 19 escolas, desde às 20h30. Cada escola podeira apresentar três sambas. A vencedora foi a Mangueira. A Deixa Falar, que havia resolvido virar um rancho faz o seu primeiro desfile competitivo que foi um fiasco. Depois do carnaval, acusações internas de mal uso das verbas. A primeira "escola de samba" acaba.
Fevereiro de 1933: Com o fim do "Mundo Sportivo", o jornal "O Globo" assume a organização do concurso das escolas de samba, que é, pela segunda vez, vencido pela Mangueira. Desfilaram 35 escolas, entre 20h30 e 4h15 da manhã. Os jornais destacam que a Unidos da Tijuca se apresentou com um samba que era "de acordo com o enredo". Muitos especialistas consideram este o primeiro samba-enredo, apesar de a paternidade do gênero também ser reivindicada a Paulo da Portela.
Janeiro de 1934: No dia 20, realizou-se no Campo de Santana um desfile em homenagem ao prefeito Pedro Ernesto, considerado um dos mecenas das escolas de samba. A Mangueira foi tricampeã. No carnaval propriamente dito, as principais escolas alegaram já ter participado de um concurso e não quiseram disputar novamente. Foi a única vez que o desfile "oficial" se realizou fora do carnaval.
Maio de 1934: Em 1º de maio, o bloco Vai Como Pode foi renovar a sua licença para poder continuar funcionando. O delegado encarregado, Dulcídio Gonçalves, recusou-se a registrar o nome "Vai Como Pode", dizendo que era inadeuqado para uma agremiação "daquele porte". Então o sambista Paulo da Portela era uma das figuras mais respeitadas no mundo do samba. O bloco tinha sua sede na Estrada Portela. O delegado sugeriu então que o bloco fosse registrado como Grêmio Recreativo Escolas de Samba Portela. Esta designação (GRES) acabou sendo utilizada por todas as demais.
Setembro de 1934: No dia 6, 28 escolas fundam a União das Escolas de Samba.
Fevereiro de 1935: Pela primeira vez, o desfile das escolas de samba ganha subvenção oficial da Prefeitura, o que só ocorria com ranchos e grandes sociedades. Foi a primeira vez que o bloco Vai Como Pode desfilou como Portela. E foi vencedor.
Fevereiro de 1937: O delegado Dulcídio Gonçalves interfere de novo. Mandou simplesmente encerrar o desfile "que passava da hora" quando apenas 16 das 32 escolas inscritas haviam desfilado. Não puderam se apresentar entre outras a campeã do ano anterior, a Unidos da Tijuca, e a Mangueira. O juri indicou como campeã a Vizinha Faladeira, que trouxe uma comissão de frente montada em cavalos.
Fevereiro de 1938: Foram proibidos pelo regulamento carros alegóricos e temas que não fossem nacionais. Esta proibição só foi extinta no ano de 1997. Em
Início de 1939: A União das Escolas de Samba passa a se chamar União Geral das Escolas de Samba.
Fevereiro de 1939: A Portela é a grande sensação do desfile ao apresentar todos os seus componentes fantasiados de acordo com o enredo e ganha seu segundo título. A comissão julgadora, da qual participava Austregésilo de Ataíde, desclassificou a Vizinha Faladeira por trazer um tema estrangeiro ("Branca de Neve e os Sete Anões").
Fevereiro de 1940: As escolas são proibidas de funcionar por causa de uma briga que feriu uma passista de uma escola. Depois de muitos protestos, que envolveram inclusive o cantor Francisco Alves, a proibição foi revogada. A escola de samba Vizinha Faladeira, em protesto pela desclassificação, passa por trás da comissão julgadora (que naquela época ficava em um palanque). Os diretores da escola anunciam que a escola se retiraria do carnaval. "Um dia voltamos...".
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Fevereiro de 1941: A Portela inicia uma série de vitórias que a tornaria até hoje a escola com mais campeonatos.
Fevereiro de 1942: O desfile acontece pela última vez na tradicional Praça Onze, quase inteiramente demolida para a construção da avenida Presidente Vargas. Neste carnaval, por causa de brigas na hora de desfilar, Paulo da Portela se afasta da escola que fundou.
Fevereiro de 1945: A Segunda Guerra fez com que os jornais pouco falassem de carnaval. Neste ano, a imprensa só falou de uma briga que ocorreu entre desfilantes que terminou com 20 pessoas feridas e um morto. O desfile foi no campo do Vasco da Gama. A Praça Onze não existia mais.
Fevereiro de 1946: No carnaval da vitória todas as escolas enalteceram o fim da guerra que terminou com a derrota dos nazistas. O regulamento proíbe versos improvisados nos sambas e carros alegóricos motorizados ou puxados por animais. No desfile, a escola Prazer da Serrinha troca de samba na hora de entrar. A crise, provocada pela decisão de seu presidente, levaria um ano mais tarde à fundação do Império Serrano.
Abril de 1946: Nasce a Unidos de Vila Isabel.
Janeiro de 1947: A aproximação dos sambistas da esquerda fez com que o governo e a direita fundassem uma associação com o intuito de esvaziar a União Geral das Escolas de Samba. É Fundada a Federação Brasileira das Escolas de Samba.
Fevereiro de 1947: O desfile marca a guerra fria entre as duas associações. Das 48 inscritas, desfilam 26, pela primeira vez na nova avenida Presidente Vargas. O júri dá o título à Portela pela sétima vez consecutiva.
Março de 1947: Finalmente os dissidentes da escola Prazer da Serrinha resolvem se rebelar de vez e fundam no dia 23 o Império Serrano.
Fevereiro de 1948: Desfilando muito bem em seu primeiro ano, o Império Serrano vence o carnaval, trazendo todos os componentes fantasiados, o que era difícil na época, e o casal de mestre-sala e porta-bandeira no meio da escola, ao contrário do que mandava a tradição, de trazê-los logo no começo. O resultado levanta suspeitas de que a Federação das Escolas havia favorecido o Império. Mangueira e Portela ao longo do ano se desligaram da Fedração, prometendo ressucitar a União das Escolas de Samba.
Janeiro de 1949: No dia 30, morre Paulo da Portela. Seu enterro é acompanhado por 15 mil pessoas.
Entre 1949 e 1951: Houve dois desfiles. Um oficial, que era subvencionado pela Prefeitura, e tinha como principal escola o Império Serrano. Do outro lado, sem verba alguma, desfilavam as dissidentes Portela e Mangueira. O Império ganhou todos os desfiles oficiais nestes anos.
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1952: Com o Partido Comunista na ilegalidade, as escolas deixam de ser palco de disputas políticas. O grande evento do carnaval era o tira-teima entre Portela e Mangueira, de um lado, e Império Serrano do outro. Foi montado um tablado para o desfile e pela primeira vez havia arquibancada e palanque de autoridades. A Portela e a Mangueira empolgaram o público. Durante o desfile do Império caiu uma chuva muito forte que afugentou o juri. Por isso, a pedido dos imerianos, os envelopes nem chegaram a ser abertos. É criada a regra do acesso e descenso. As principais desfilaram na Presidente Vargas e as menores no local onde foi a Praça Onze.
Depois do carnaval de 1953: Houve a fusão das entidades, nascendo daí a Asscociação das Escolas de Samba do Brasil.
Fevereiro de 1953: Com o juri abrigado em uma coberta para se proteger da chuva o desfile foi realizado. A Portela se apresentou com muita gana e venceu o confronto, obtendo nota 10 em todos os quesitos, fato inédito até então na história das escolas.
Março de 1953: No dia 15 é nomeada a primeira diretoria da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, fusão da Azul e Branco e Depois eu Digo.
Fevereiro de 1954: Beneficiada pela posição de uma das escolas que o formaram o Salgueiro desfila pela primeira vez no grupo principal e acaba em terceiro lugar na frente da Portela.
1955: "Tiradentes", tema do Império Serrano em 1949 torna-se o primeiro samba-enredo a ser gravado por um artista da música popular, pelo cantor Roberto Silva.
Fevereiro de 1957: O desfile é transferido para a avenida Rio Branco, onde desfilavam os ranchos, em virtude do excesso de público que se interessava pela apresentação, àquela altura o principal evento do carnaval carioca. Abandonou-se a idéia do tablado. A imprensa estimou que o público presente ao desfile chegava 700 mil pessoas.
Fevereiro de 1959: O Salgueiro contrata uma dupla de artistas plásticos para fazer o carnaval, Dirceu Neri e Marie Louise. Ambos resolvem abanonar os desengonçados carros alegóricos e criam os adereços de mãos, causando grande impacto visual.
Abril de 1959: O Salgueiro faz uma apresentação em Cuba, pouco depois da vitória de Fidel Castro. Era a primeira vez que uma escola de samba ia ao exterior.
1960: Fernando Pamplona, cenógrafo do Teatro Muinicipal, é convidado para fazer o carnaval do Salgueiro. Mantém os artistas que fizeram o carnaval anterior e ainda convida seu colega de trabalho Arlindo Rodrigues. Eles montam um enredo sobre Zumbi dos Palmares. Era aprimeira vez que uma escola ia homenagear um personagem da história não-oficial. Foi difícil convencer a escola que precisava haver alas vestidas de escravos.
Carnaval de 1960: Os favoritos para vencer o desfile eram Portela e Salgueiro. Na apuração deu Portela em primeiro, Mangueira em segundo e Salgueiro
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(... continua na próxima...)
FONTE: APOTEOSE.COM - O POINT DO SAMBA NA NET
Disponível pelo site http://www.apoteose.com/ Acesso em: 10/01/2011
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