Por Elias Costa
O Carnaval de Porto Alegre possui uma história muito rica com
personagens que marcaram época e precisam ser lembrados seguidamente.
Em 2008, tive a oportunidade de entrevistar, Adão Alves de Oliveira, o
Lelé, foi o Primeiro Rei Momo Negro do Carnaval de Porto Alegre. Ele
que foi comerciário, bancário, jogador de futebol (jogou no Força e Luz e
no Flamengo de Caxias – atual SER Caxias) e se apresentava como cantor
nos programas de auditórios da Rádio Gaúcha. Começou no carnaval
influenciado pelos irmãos que desfilavam nos blocos carnavalescos no
Areal da Baronesa.
Foram quatro horas de conversa e histórias emocionantes do tempo de
bancário, a amizade com Vicente Rao, rei momo primeiro e único, tempo de
jogador de futebol e de quando era “remelexo”, passista nos dias de
hoje, no bloco Ideal.
No final da entrevista, seu Lelé pegou a minha mão e muito emocionado
me fez um pedido: “ Meu filho não deixe o carnaval de Porto Alegre
acabar”.
Não consegui segurar a emoção ao ver aquele senhor no auge dos seus
oitenta e quatro anos implorando que não acabassem com a folia Porto-Alegrense.
Depois disso encontrei com seu Lelé mais algumas vezes até ele nos deixar em julho de 2013.
Lembro-me desta história porque uma das belezas do carnaval
ultrapassa o brilho das fantasias, são as histórias que cada folião tem
para contar quando desfila pela sua escola. Os abnegados desta festa que
trabalham o ano inteiro esperando os sessenta e cinco minutos para ver a
sua agremiação brilhar na passarela e vencer o carnaval. Esses são os
verdadeiros personagens que atendem o pedido do seu Lelé e acredito que
na avenida onde desfila a sua alegria, seu Lelé deve estar feliz, por
tantos apaixonados pelo carnaval que não deixam a bateria silenciar seus
tamborins.
E aproveitando o mês de dezembro que serve para reflexão e
perspectivas, agradeço a todos os personagens que fazem do carnaval sua
verdadeira paixão e ajudam a contar as histórias da avenida.
FONTE: GAÚCHA NO CARNAVAL
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