A possibilidade de não haver ensaios técnicos para o Carnaval 2018
deixa muitos sambistas preocupados. A medida foi confirmada pelo
presidente da Liesa Jorge Castanheira, que só garantirá os ensaios caso
consiga a verba para custear a infraestrutura do Sambódromo. A
reportagem do CARNAVALESCO apurou o que de fato é gasto
para as escolas e a Liesa organizarem o evento. Desde 2014 todas as
agremiações do Grupo Especial e Série A que desfilam no Sambódromo
ensaiam no local. Todo o investimento em infraestrutura, segurança e
afins é bancado pela Liesa.
São cerca de R$ 2,6 milhões no total, que são descontados pela Liesa
de cada agremiação, algo em torno de R$ 200 mil. As escolas da Série A
são apadrinhadas pelas demais e não contribuem para infraestrutura da
Avenida. Além disso, cada escola gasta em média R$ 148 mil por ensaio,
totalmente um volume final de quase R$ 2 milhões. Com os mais R$ 200 mil
por escola investidos pela Liga, são mais R$ 2,6 milhões. A cifra chega
a um gasto total médio de mais de R$ 4 milhões.
Além destes gastos viabilizados pela Liga, cada escola possui gastos
específicos. Apuramos com uma grande escola do Grupo Especial em que se
gasta para um ensaio técnico. Os gastos mais onerosos são com camisas e
ônibus para o transporte dos componentes. Tripés, placas que dividem os
setores, lanches, material para a bateria e ajudas de custo também
entram no balancete. O valor total apurado chegou aos R$ 148.600,00.
Liga não consegue viabilizar sem parceiros, diz Jorge Castanheira

– Precisamos de R$ 4 milhões que estão em análise pela Lei Rouanet.
Se forem captados e conseguirmos receber, temos até dezembro para
decidir isso. Dependerá muito do mercado. O PIB não cresceu e teve queda
de 0,5% e isso impacta nos negócios. As empresas que nos ajudarem irão
expor no Sambódromo. Sem esses recursos pelo caixa da Liga não temos
como realizar os ensaios técnicos – avisa.
Por outro lado fica a dúvida na cabeça dos sambistas. Como empresas
não se interessam por associar sua marca a um evento da magnitude dos
ensaios na Sapucaí. Com capacidade para 72 mil pessoas o Sambódromo fica
abarrotado nos dias de ensaios que recebem as gigantes do carnaval.
Houve um tempo em que eles aconteciam às sextas, sábados e domingos e as
escolas ensaiavam de duas a três vezes por temporada. Em 2016, 120 mil
pessoas ocuparam o Sambódromo nos dias de desfiles, o recorde histórico
do Sambódromo. Quem pode resolver isso: a Liga, as escolas, o poder
público ou a iniciativa privada?
Confira o gasto por itens de uma escola de samba por ensaio técnico:
Camisas – R$ 40 mil
Ônibus – R$ 18 mil
Vans – R$ 4.600
Caminhões – R$ 4.000
Tripé pede passagem – R$ 13 mil
Placas de setores – R$ 5 mil
Lanches e água – R$ 15 mil
Material da bateria – R$ 18 mil
Seguranças e brigada – R$ 22 mil
Empurradores – R$ 3 mil
Rádio comunicadores – R$ 2 mil
Carro de som – R$ 2 mil (ajuda de custo)
Mestre e diretores de bateria –
R$ 2 mil (ajuda de custo)
Total – R$ 148.600
FONTE: CARNAVALESCO
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