O mundo do samba sofreu a notícia mais triste do ano nesta terça-feira,
30 de abril. Morreu no fim da tarde a sambista Beth Carvalho. A madrinha
do samba estava internada nos últimos dias e vinha lutando há anos
contra complicações em decorrência de problemas na coluna. Beth sofreu
infecção generalizada.
Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu no Rio de Janeiro, no dia 5
de maio de 1946. Filha de João Francisco Leal de Carvalho e Maria Nair
Santos Leal de Carvalho, e irmã de Vania Santos Leal de Carvalho. Seu
contato com a música foi incentivado pela família, ainda na infância.
Aos oito anos, ouvia emocionada as canções de Sílvio Caldas, Elizeth
Cardoso e Aracy de Almeida, grandes amigos de seu pai. Sua avó, Ressú,
tocava bandolim e violão. Nas festinhas e reuniões musicais dos anos 60,
surgia a cantora Beth Carvalho, influenciada por tudo isso e pela Bossa
Nova.
Em 1965, gravou o seu primeiro compacto simples, com a música “Por
quem morreu de amor”, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. Em 66, já
envolvida com o samba, participou do show “A Hora e a Vez do Samba”, ao
lado de Nelson Sargento e Noca da Portela. No Festival Internacional da
Canção de 1968, conquistou o 3º lugar com “Andança”, de Edmundo Souto,
Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi, e ficou conhecida em todo o país. Além
de seu primeiro grande sucesso, “Andança” é o título de seu primeiro
LP, lançado no ano seguinte.
Frequentadora assídua dos pagodes, entre eles os do Cacique de Ramos,
Beth Carvalho revelou artistas como o grupo Fundo de Quintal, Zeca
Pagodinho, Almir Guineto, Sombra, Sombrinha, Arlindo Cruz, Luis Carlos
da Vila, Jorge Aragão e muitos outros. Mais do que isso, a cantora
trouxe um novo som ao samba, porque introduziu em seus shows e discos
instrumentos como o banjo com afinação de cavaquinho, o tan-tan e o
repique de mão, que até então eram utilizados exclusivamente nos pagodes
do Cacique.
Sambista apaixonada por sua Mangueira, Beth Carvalho desfilou
inúmeras vezes em sua escola de coração. Beth recebeu três homenagens na
avenida através de enredos. E 1984 a Unidos do Cabuçu a homenageou com o enredo ‘Beth Carvalho, a enamorada do Brasil’ e foi a campeã do Grupo
1A naquela ocasião. Em 1990 a Boêmios de Inhaúma apresentou o enredo ‘Beth Carvalho, a alma do Brasil’. E mais recentemente em
2017 a Alegria da Zona Sul realizou a grande última homenagem pública à
Beth Carvalho com o enredo ‘Vou festejar com Beth Carvalho, a madrinha
do samba’.
FONTE: CARNAVALESCO
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