Com
os olhos do mundo voltados para o Rio de Janeiro na abertura dos Jogos
Olímpicos nesta sexta-feira, o carnaval já foi profético ao 'pedir voto'
para a candidatura da cidade aos Jogos de 2004, quando o Rio teve sua
candidatura naufragada na escolha de Atenas, na Grécia, como sede das
Olimpíadas. Em 1997, a Mangueira vestiu a camisa da campanha Rio 2004
quando apresentou o enredo 'O Olimpo é verde e rosa', em uma parceria da
escola com o comitê da candidatura.
"De
braços abertos sou o Rio de Janeiro, 2004 é o sonhos brasileiro". Na
potente voz de Jamelão esses eram os versos iniciais do samba que pedia
que a cidade fosse a escolhida. Sempre pioneira, a Mangueira visualizava
antes de todos a possibilidade do Rio ser capaz de sediar o evento mais
importante do esporte mundial.
A
Mangueira iniciou o desfile de forma avassaladora. O abre-alas trazia
imponentes baluartes da verde e rosa, como os saudosos Delegado,
Mocinha, Tia Miúda, Carlos Cachaça e Roberto Paulino. O bom início
acabou comprometido com erros de evolução no meio do desfile e a escola
acabou vendo a chance de sair do jejum de dez anos sem um título na
ocasião escorrer pelos dedos. O desfile terminou na 3ª colocação e o
sonhado título viria no ano seguinte com a emocionante homenagem a Chico
Buarque.
Bastidores: uma tragédia complicou o planejamento
A
Mangueira alinhou essa homenagem às Olimpíadas junto do Comitê da
Candidatura Rio 2004, que havia prometido uma ajuda financeira ao
carnaval da escola. A escola estava com os cofres combalidos e o grupo
Muda Mangueira se encaminhava para o seu segundo desfile. O presidente
era o atual diretor de carnaval da Liesa, Elmo José dos Santos. Mas uma
tragédia aliada com uma grande falta de sorte da verde e rosa pontuou o
preparatório para aquele desfile. Quem recorda a história para o CARNAVALESCO é Alvaro Luiz Caetano, o ex-presidente Alvinho.
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Fizemos uma reunião com o presidente do comitê organizador Renato
Archer. Na ocasião deixamos a sala dele satisfeitos, me lembro que era
no prédio da Firjan. Ele se entusiasmou muito com a ideia e nos prometeu
uma quantia que na época seria suficiente para um grande desfile. Até
porquê a escola passava por sérios problemas financeiros. Reunião
realizada, martelo batido. Anunciamos na quadra que o enredo da
Mangueira seria a homenagem aos Jogos na expectativa do Rio sediar a
competição. Só não contávamos com uma armadilha do acaso. O Renato
Archer morreu no dia 20 de junho de 1996, um domingo. A reunião foi numa
sexta. O enredo já estava anunciado. Voltamos ao Comitê e o novo
presidente Ronaldo Cezar Coelho não se entusiasmou. Como não havia nada
assinado não pudemos fazer nada. Recebemos uma ninharia perto do que
esperávamos - lembra Alvinho, hoje às gargalhadas.
FONTE: CARNAVALESCO E WEB RÁDIO ARQUIBANCADA
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